sexta-feira, 25 de novembro de 2016


O POSICIONAMENTO POLÍTICO DA MÍDIA

Equipe1



RESUMO: Esse artigo tem como objetivo discutir questões sobre a mídia, aprendendo antes de tudo o que é, traçar um paralelo entre a mídia e os fatos na história do Brasil e do mundo analisando historicamente e descobrir qual a verdadeira influência da mídia sobre a sociedade atual


ABSTRACT: This article aims to discuss issues about the media, learning first and foremost, to draw a parallel between the media and the facts in the history of Brazil and the world by analyzing historically and discovering the true influence of the media on the current society.


PALAVRAS-CHAVE: Mídia; Monopólio; Imparcialidade; DIP



INTRODUÇÃO: Para entrar em assuntos como o posicionamento político da grande mídia, primeiro vamos estudar: O que é mídia? Mídia significa media, ou seja meio, no sistema de comunicação temos o interlocutor, o receptor e entre eles temos a mensagem, veiculada através do que chamamos de mídia. De acordo com o Aurélio, mídia é: Todo o suporte de difusão de informação rádio, televisão, imprensa, publicação na Internet, videograma ou satélite de telecomunicação; Conjunto dos meios de comunicação social. Ou seja, é o conjunto de meios de comunicação que são usados para veicular as informações, de forma geral. Pode-se afirmar que a história da mídia começa com o primeiro jornal datado de 59 a.C. de Roma, promovido por Júlio César para informar a população dos feitos e acontecimentos da época. O rádio também foi uma das descobertas mais marcantes na história da mídia, as primeiras transmissões são datadas da década de 1890 e foi graças à essa grande descoberta que muitas táticas de guerra foram desenvolvidas e obtiveram sucesso.

1. A Mídia no Brasil

A chegada da imprensa no Brasil foi junto à da Coroa Portuguesa em 1808. A chamada Impressão Régia nasceu por decreto do príncipe D. João VI. O primeiro jornal impresso foi Gazeta do Rio de Janeiro criado ainda em 1808. A história da revista brasileira teve seu início com a primeira revista não oficial, criada na Bahia, A Idade d’Ouro do Brasil, que como foi criada em período monárquico, sua linha editorial defendia o absolutismo. Tanto a Idade d’Ouro do Brasil quanto as primeiras revistas em geral, não eram ilustradas e se assemelhavam à livros, mas em 1865 com a Guerra do Paraguai se teve o surgimento a fotorreportagem, através do semanário de Henrique Fleuiss, Semana Illustrada, quando alguns oficiais coligados foram ao front da guerra e enviavam informações e fotos. Henrique foi também o criador das chamadas charges, contudo só a Revista Illustrada, de Angelo Agostini utilizou bastante o recurso, sendo inclusive, o primeiro à fazer críticas ao sistema monárquico através de charges de D. Pedro II. Observe essa charge de 1887.2


















A partir disso, se teve a inserção das ilustrações em revistas e jornais.
Atualmente a revista brasileira uma tem suas maiores representantes sendo a revista Veja, que já chegou à vender 800 mil exemplares por semana. A Época, da Globo, concorrente direta da Veja da editora Abril Cultural e a Isto É, que foi fundada por um ex funcionário da Veja. O marketing das revistas atuais funciona da seguinte forma: deve-se convencer o leitor de que a leitura de x revista é algo vital para ele e o fazendo acreditar na veracidade das notícias ali citadas de forma à convencer de que ele precisa da revista, e não o contrário. Em exemplo o slogan da própria revista Veja:







Dessa forma, se estabelece uma forma de manipulação do leitor, através de uma mensagem implícita de que a revista seja algo realmente indispensável e fundamental.

A presença do rádio no Brasil é marcada a partir da década de 1920, a Rede Bandeirantes foi pioneira no desenvolvimento do radiojornalismo e era chamada Rádio Educadora de Campinas. O rádio, durante décadas, foi o principal veículo de informação e influência. Em 1939 foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) pelo ex-presidente Getúlio Vargas e foi usado como forma de conseguir a simpatia da população, endeusamento de sua imagem e a aderência do povo aos seus ideais. Havia um programa de rádio chamado Hora do Brasil que servia para notificar à população os feitos e realizações do governo. As propagandas getulistas exaltavam sua imagem como grande “salvador da Pátria”. Lembrando que essa é uma das principais características de regimes conservadores, a manipulação da mídia foi uma estratégia usada por muitos ditadores, incluindo Hitler (Alemanha), Stalin (URSS) e Mussolini (Itália). O DIP era ligado diretamente à presidência da República e censurava meios de comunicação como teatro, cinema e jornais que apresentassem ideias contrárias ao sistema. Já a história da TV é datada da década de 50 à 60, coincidentemente a mesma década da ditadura militar, em 1964, as primeiras redes de televisão foram a Tv Tupi, Tv Paulista, Tv Record e assim sucessivamente, tecendo a história da atual Tv brasileira. É importante salientar que durante toda a história do país, os grandes acontecimentos tiveram participação direta da mídia, em exemplo, tanto a ascensão quanto a queda de Getúlio Vargas, Golpe de 1964, Impeachment de Collor, Impeachment de Dilma, todos eventos, sem exceção tiveram participação da mídia, influenciando a população, sendo para o bem ou para o mal.


2.0 A Grande Mídia

Chamamos de grande mídia o conjunto de meios de comunicação de mais eficiência em relação às massas, sobretudo a Televisão, que exerce exclusiva influência sobre a opinião de toda a população, ainda que de forma inconsciente, seguida por revistas e rádio, sem esquecer que todos foram censurados em 1968. A função da grande mídia deveria ser informar com transparência ao seu telespectador informações sobre o país e o mundo e sobre os mais variados temas de forma objetiva e cristalina, “Uma das premissas básicas do jornalismo é deixar claro para o receptor o que é opinião e o que é informação”3 contudo o que se pode observar é uma subjetividade, de forma a impor ideais de interesse próprio de forma invasiva, manipulando e apunhalando o cidadão que não tem capacidade de distinguir entre o que é arquitetado e o que é verdade. No Brasil, temos um grave quadro de hegemonia da mídia. Traçando um paralelo entre a Organização Globo e o tamanho das principais TVs norte americanas, pode-se observar uma diferença que foge à lógica. A Record, que é sua concorrente mais próxima, detém apenas 13% de audiência, e ainda assim o canal norte americano mais popular, a CBS, detém apenas 12% em horário nobre. Uma matéria da Economist revela,

Não menos que 91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, passa pelo canal durante o dia: o tipo de audiência que, nos EUA, acontece apenas uma vez ao ano, e apenas para o canal que ganha o direito, naquele ano, de exibir o Super Bowl, o jogo dos campeões do futebol americano.

Ou seja, temos praticamente a configuração de um quadro de monopólio político e ideológico. Em O Quarto Poder, Afonso de Albuquerque traça um paralelo entre o jornalismo brasileiro e o americano, e expõe a imprensa como um quarto poder, como o moderador da época da monarquia, exercido pelo imperador com a função de equilibrar os outros três poderes. O governismo e o oposicionismo transparecem a atuação da imprensa na política, levando em exemplo também o papel da mídia na transição da ditadura para a Nova República com a atuação da Folha de São Paulo em 1984 na campanha Diretas já, assim como também a Rede Globo interviu decisivamente no processo que determinou quem deveria ser o sucessor de Tancredo Neves. Uma vez que Tancredo ainda não havia tomado posse, pairava uma dúvida sobre quem deveria assumir a Presidência: o vice-presidente eleito José Sarney ou Ulysses Guimarães, o presidente da Câmara dos Deputados e primeiro na ordem constitucional de sucessão. A Globo convocou inúmeros especialistas em direito constitucional para apoiar a tese da vice-presidência, e colaborou decisivamente para a formação de um consenso em torno do nome de Sarney. (Guimarães e Amaral, 1988).

2.1 O Posicionamento Político da Mídia

Tudo isso aponta para a mesma questão, “A mídia chega à interferir politicamente nas decisões do país?”, sim e diretamente, já foi discutido sobre a imparcialidade da mídia, chegando-se à conclusão de que é impossível que a mídia seja completamente imparcial, e levando ainda em consideração o fato da influência da grande mídia sobre a população, conclui-se que a opinião política é influenciada em suma pelas informações da mídia, ou seja, o posicionamento político da Grande Mídia é o posicionamento das grandes massas, de forma que possibilita que a classe dominante manipule as mentes sobre muitos temas sobretudo opinião política, que é a base de praticamente tudo que temos e foi através dela que conquistamos muitas coisas, dessa forma temos a classe do topo da pirâmide social dominando sobre a vida do cidadão sem que ele ao menos perceba.

2.2 A Pequena Mídia

Em contrapartida, nos últimos tempos houve uma ascendência muito forte de formas de mídia que vão de encontro à opinião da Grande Mídia manipuladora, que foi a internet, que já tem grande força em todo mundo e é uma das grandes responsáveis também pelo processo de globalização, através das redes sociais, onde não se depende mais exclusivamente da televisão ou do rádio para que se ouça a voz de muitos. Redes como Blogs, Twitter e Facebook tem servido para difundir ideias e fatos que são omitidos pela Grande Mídia, em exemplo nós temos a atual situação do Brasil. Parando para analisar os processos políticos que o país vem sofrendo, sobretudo desde 2014 quando o país foi sede da copa do mundo, se teve uma paralisação do país. Posteriormente, tivemos a explosão de muitos escândalos de corrupção, sendo o pior deles o da Petrobrás, à qual a mídia insistia em dizer que tinha “quebrado”, e também em incriminar a então presidente Dilma Roussef. Foram também investigados muitos processos em relação ao ex-presidente Lula. Tudo isso culminando em uma revolta de um peso tamanho que levou à destituição de Dilma Roussef da presidência da república, sob alegação de crime de irresponsabilidade e a acusação de pedaladas fiscais. Após a posse do atual presidente Michel Temer, que era o vice, a Grande Mídia promoveu inúmeras formas de exaltação de sua imagem, através de programas de grande audiência, como o programa de Rede Globo, Fantástico, em horário nobre tivemos uma entrevista com o presidente da república, onde ele aparentemente respondia perguntas e executava toda uma cena para ascensão de sua imagem. Da mesma forma, tempos depois tivemos a presença dele também no programa Roda Viva com exatamente a mesma intenção.
Além de a Globo ser a promovente direta do golpe do Impeachment, outras emissoras de Tv também se empenharam no papel de ocultar tudo o que o país ainda está passando (não percebeu que “acabou a corrupção após a entrada de Temer” ?), de forma a encobrir e apoiar reformas absurdas feitas pelo atual governo, como a reforma do ensino médio. O apresentador do Programa do Ratinho discursou explicitamente, também em horário nobre, em intervalos de quadros do seu programa, à favor da reforma na educação com frases como “Para que estudar história ou filosofia? Para se formar profissionais é preciso estudar Português e Matemática unicamente.”. A Rede Bandeirantes de comunicação escapa, mas não totalmente da responsabilidade, de forma que é a rede que mais denuncia os escândalos ainda existentes, mas ainda assim é algo complicado de se discutir pois também é concorrente da Globo, além do mais, foi mais uma no escancaramento dos movimentos Fora Dilma, e ocultamento de movimentos de mesma dimensão como o Fora Temer. Dessa forma, o que restou aos brasileiros foi utilizar a internet, não só para questões políticas como as já citadas, mas também para questões sociais, como racismo, homofobia e preconceito de gênero. Dessa forma, informações e promoções de movimentos sociais são difundidas por redes sociais, tanto como informa sobre decisões políticas tomadas pelas costas dos cidadãos, como cortes absurdos de projetos sociais e aumento dos salários, que foram de vereadores, prefeitos até senadores, presidente e do judiciário, assim a população também promoveu movimentos para reverter essa situação em várias cidades, obtendo até sucesso em alguns casos, como em Camaçari-BA.
Ainda acima de tudo isso, a pequena mídia também pode ser caracterizada pelas produções audiovisuais independentes. Como disse o geógrafo Milton Santos: “Hoje em dia com uma pequena aparelhagem eletrônica também se faz opinião”, ou seja, hoje em dia as pessoas podem, com simples câmeras adentrar locais e realidades às quais a Grande Mídia não foi ou não quis ir, logo, é possível que se escancare ao mundo opiniões e pontos de vista diferentes referentes a muitos assuntos, por isso a pequena mídia tem desempenhado um papel totalmente importante no combate à manipulação da opinião da sociedade.


REFERÊNCIAS:

S

BIBLIOGRAFIA

O Quarto Poder, Afonso de Albuquerque.
Ideologia e Mídia, Aluizio Alves Filho
Pequena Imprensa e Poder, Marcelo Cheche Galves (UEMA) - Mestre em História pela UNESP/Assis – SP
Ética, Imprensa e Poder, Djenane de Oliveira Pimentel
História das Revistas Brasileiras, MOURA, Ranielle Leal (Mestre em Comunicação)
1David Bueno, Camile Bueno, Carolayne Gouveia, Raymara Ayalla e Felipe Nascimento
2Revista Illustrada – Anno 12 n° 430, 1887
3Oliveira, D. UFJF 2. sem. 2002

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