O
POSICIONAMENTO POLÍTICO DA MÍDIA
Equipe1
RESUMO:
Esse artigo tem como objetivo discutir questões sobre a mídia,
aprendendo antes de tudo o que é, traçar um paralelo entre a mídia
e os fatos na história do Brasil e do mundo analisando
historicamente e descobrir qual a verdadeira influência da mídia
sobre a sociedade atual
ABSTRACT: This
article aims to discuss issues about the media, learning first and
foremost, to draw a parallel between the media and the facts in the
history of Brazil and the world by analyzing historically and
discovering the true influence of the media on the current society.
PALAVRAS-CHAVE:
Mídia; Monopólio; Imparcialidade; DIP
INTRODUÇÃO:
Para entrar em assuntos
como o posicionamento político da grande mídia, primeiro vamos
estudar: O que é mídia? Mídia
significa media,
ou
seja meio, no sistema de comunicação temos o interlocutor, o
receptor e entre eles temos a mensagem, veiculada através do que
chamamos de mídia. De
acordo com o Aurélio, mídia
é: Todo
o suporte de difusão de informação rádio,
televisão, imprensa, publicação na Internet, videograma ou
satélite de telecomunicação; Conjunto dos meios de comunicação
social. Ou seja, é
o conjunto de meios de comunicação que são usados para veicular as
informações, de forma geral. Pode-se
afirmar que a história da mídia começa com o primeiro jornal
datado de 59 a.C. de Roma, promovido por Júlio César para informar
a população dos feitos e acontecimentos da época. O
rádio também foi uma das descobertas mais marcantes na história da
mídia, as primeiras transmissões são datadas da década de 1890
e foi graças à essa
grande descoberta que muitas táticas de guerra foram desenvolvidas e
obtiveram sucesso.
1. A
Mídia no Brasil
A
chegada da imprensa no Brasil foi junto à da Coroa Portuguesa em
1808. A chamada Impressão Régia nasceu por decreto do
príncipe D. João VI. O primeiro jornal impresso foi Gazeta do
Rio de Janeiro criado ainda em
1808. A história da revista
brasileira teve seu início com a primeira revista não oficial,
criada na Bahia, A Idade d’Ouro do Brasil, que
como foi criada em período monárquico, sua linha editorial defendia
o absolutismo. Tanto a Idade
d’Ouro do Brasil quanto as
primeiras revistas em geral, não eram ilustradas e se assemelhavam à
livros, mas em 1865 com a Guerra do Paraguai se teve o surgimento a
fotorreportagem, através do semanário de Henrique Fleuiss, Semana
Illustrada, quando alguns
oficiais coligados foram ao front da
guerra e enviavam informações e fotos. Henrique foi também o
criador das chamadas charges, contudo só a Revista
Illustrada, de Angelo Agostini
utilizou bastante o recurso, sendo inclusive, o primeiro à fazer
críticas ao sistema monárquico através de charges de D. Pedro II.
Observe essa charge de 1887.2
A partir disso, se teve a inserção das ilustrações em revistas e jornais.
Atualmente
a revista brasileira uma tem suas maiores representantes sendo a
revista Veja, que já
chegou à vender 800 mil exemplares por semana. A Época,
da Globo,
concorrente direta da Veja da
editora Abril Cultural e a
Isto É, que foi
fundada por um ex funcionário da Veja. O
marketing das revistas atuais funciona da seguinte forma: deve-se
convencer o leitor de que a leitura de x
revista é algo vital para ele e o fazendo acreditar na veracidade
das notícias ali citadas de forma à convencer de que ele precisa da
revista, e não o contrário. Em
exemplo o slogan da própria revista Veja:
Dessa
forma, se estabelece uma forma de manipulação do leitor, através
de uma mensagem implícita de que a revista seja algo realmente
indispensável e fundamental.
A
presença do rádio no Brasil é marcada a partir da década de 1920,
a Rede Bandeirantes foi pioneira no desenvolvimento do
radiojornalismo e era chamada Rádio Educadora de Campinas. O rádio,
durante décadas, foi o principal veículo de informação e
influência. Em 1939 foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e
Propaganda) pelo ex-presidente Getúlio Vargas e foi usado como forma
de conseguir a simpatia da população, endeusamento de sua imagem e
a aderência do povo aos seus ideais. Havia um programa de rádio
chamado Hora do Brasil que servia para notificar à população
os feitos e realizações do governo. As propagandas getulistas
exaltavam sua imagem como grande “salvador da Pátria”. Lembrando
que essa é uma das principais características de regimes
conservadores, a manipulação da mídia foi uma estratégia usada
por muitos ditadores, incluindo Hitler (Alemanha), Stalin (URSS) e
Mussolini (Itália). O DIP era ligado diretamente à presidência da
República e censurava meios de comunicação como teatro, cinema e
jornais que apresentassem ideias contrárias ao sistema. Já a
história da TV é datada da década de 50 à 60, coincidentemente a
mesma década da ditadura militar, em 1964, as primeiras redes de
televisão foram a Tv Tupi, Tv Paulista, Tv Record e assim
sucessivamente, tecendo a história da atual Tv brasileira. É
importante salientar que durante toda a história do país, os
grandes acontecimentos tiveram participação direta da mídia, em
exemplo, tanto a ascensão quanto a queda de Getúlio Vargas, Golpe
de 1964, Impeachment de Collor, Impeachment de Dilma, todos eventos,
sem exceção tiveram participação da mídia, influenciando a
população, sendo para o bem ou para o mal.
2.0
A Grande Mídia
Chamamos
de grande mídia o conjunto de meios de comunicação de mais
eficiência em relação às massas, sobretudo a Televisão, que
exerce exclusiva influência sobre a opinião de toda a população,
ainda que de forma inconsciente, seguida por revistas e rádio, sem
esquecer que todos foram censurados em 1968. A função da grande
mídia deveria ser informar com transparência ao seu telespectador
informações sobre o país e o mundo e sobre os mais variados temas
de forma objetiva e cristalina, “Uma das premissas básicas do
jornalismo é deixar claro para o receptor o que é opinião e o que
é informação”3
contudo o que se pode observar é uma subjetividade, de forma a
impor ideais de interesse próprio de forma invasiva, manipulando e
apunhalando o cidadão que não tem capacidade de distinguir entre o
que é arquitetado e o que é verdade. No Brasil, temos um grave
quadro de hegemonia da mídia. Traçando um paralelo entre a
Organização Globo e o tamanho das principais TVs norte
americanas, pode-se observar uma diferença que foge à lógica. A
Record, que é sua concorrente mais próxima, detém apenas 13% de
audiência, e ainda assim o canal norte americano mais popular, a
CBS, detém apenas 12% em horário nobre. Uma matéria da Economist
revela,
“Não
menos que 91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população,
passa pelo canal durante o dia: o tipo de audiência que, nos EUA,
acontece apenas uma vez ao ano, e apenas para o canal que ganha o
direito, naquele ano, de exibir o Super Bowl, o jogo dos campeões do
futebol americano.”
Ou
seja, temos praticamente a configuração de um quadro de monopólio
político e ideológico. Em O Quarto Poder, Afonso
de Albuquerque traça um paralelo entre o jornalismo brasileiro e o
americano, e expõe a imprensa como um quarto poder, como o moderador
da época da monarquia, exercido pelo imperador com a função de
equilibrar os outros três poderes. O
governismo e o oposicionismo transparecem a atuação da imprensa na
política, levando em exemplo também o papel da mídia na transição
da ditadura para a Nova República com a atuação da Folha
de São Paulo em 1984 na
campanha Diretas já, assim
como também a Rede Globo interviu decisivamente no processo
que determinou quem deveria ser o sucessor de Tancredo Neves. Uma vez
que Tancredo ainda não havia tomado posse, pairava uma dúvida sobre
quem deveria assumir a Presidência: o vice-presidente eleito José
Sarney ou Ulysses Guimarães, o presidente da Câmara dos Deputados e
primeiro na ordem constitucional de sucessão. A Globo convocou
inúmeros especialistas em direito constitucional para apoiar a tese
da vice-presidência, e colaborou decisivamente para a formação de
um consenso em torno do nome de Sarney. (Guimarães e Amaral, 1988).
2.1
O Posicionamento Político da Mídia
Tudo
isso aponta para a mesma questão, “A mídia chega à interferir
politicamente nas decisões do país?”, sim e diretamente, já foi
discutido sobre a imparcialidade da mídia, chegando-se à conclusão
de que é impossível que a mídia seja completamente imparcial, e
levando ainda em consideração o fato da influência da grande mídia
sobre a população, conclui-se que a opinião política é
influenciada em suma pelas informações da mídia, ou seja, o
posicionamento político da Grande Mídia é o posicionamento das
grandes massas, de forma que possibilita que a classe dominante
manipule as mentes sobre muitos temas sobretudo opinião política,
que é a base de praticamente tudo que temos e foi através dela que
conquistamos muitas coisas, dessa forma temos a classe do topo da
pirâmide social dominando sobre a vida do cidadão sem que ele ao
menos perceba.
2.2
A Pequena Mídia
Em
contrapartida, nos últimos tempos houve uma ascendência muito forte
de formas de mídia que vão de encontro à opinião da Grande Mídia
manipuladora, que foi a internet, que já tem grande força em todo
mundo e é uma das grandes responsáveis também pelo processo de
globalização, através das redes sociais, onde não se depende mais
exclusivamente da televisão ou do rádio para que se ouça a voz de
muitos. Redes como Blogs, Twitter e Facebook tem servido para
difundir ideias e fatos que são omitidos pela Grande Mídia, em
exemplo nós temos a atual situação do Brasil. Parando para
analisar os processos políticos que o país vem sofrendo, sobretudo
desde 2014 quando o país foi sede da copa do mundo, se teve uma
paralisação do país. Posteriormente, tivemos a explosão de muitos
escândalos de corrupção, sendo o pior deles o da Petrobrás, à
qual a mídia insistia em dizer que tinha “quebrado”, e também
em incriminar a então presidente Dilma Roussef. Foram também
investigados muitos processos em relação ao ex-presidente Lula.
Tudo isso culminando em uma revolta de um peso tamanho que levou à
destituição de Dilma Roussef da presidência da república, sob
alegação de crime de irresponsabilidade e a acusação de pedaladas
fiscais. Após a posse do atual presidente Michel Temer, que era o
vice, a Grande Mídia promoveu inúmeras formas de exaltação de sua
imagem, através de programas de grande audiência, como o programa
de Rede Globo, Fantástico, em
horário nobre tivemos uma entrevista com o presidente da república,
onde ele aparentemente respondia perguntas e executava toda uma cena
para ascensão de sua imagem. Da
mesma forma, tempos depois tivemos a presença dele também no
programa Roda Viva com
exatamente a mesma intenção.
Além
de a Globo ser a promovente direta do golpe do
Impeachment, outras emissoras de Tv também se empenharam no papel de
ocultar tudo o que o país ainda está passando (não percebeu que
“acabou a corrupção após a entrada de Temer” ?), de forma a
encobrir e apoiar reformas absurdas feitas pelo atual governo, como a
reforma do ensino médio. O apresentador do Programa do Ratinho
discursou explicitamente, também
em horário nobre, em intervalos de quadros do seu programa, à favor
da reforma na educação com frases como “Para que estudar história
ou filosofia? Para se formar profissionais é preciso estudar
Português e Matemática unicamente.”. A Rede
Bandeirantes de comunicação
escapa, mas não totalmente da responsabilidade, de forma que é a
rede que mais denuncia os escândalos ainda existentes, mas ainda
assim é algo complicado de se discutir pois também é concorrente
da Globo, além do
mais, foi mais uma no escancaramento dos movimentos Fora Dilma, e
ocultamento de movimentos de mesma dimensão como o Fora Temer. Dessa
forma, o que restou aos brasileiros foi utilizar a internet, não só
para questões políticas como as já citadas, mas também para
questões sociais, como racismo, homofobia e preconceito de gênero.
Dessa forma, informações e promoções de movimentos sociais são
difundidas por redes sociais, tanto como informa sobre
decisões políticas tomadas pelas costas dos cidadãos, como cortes
absurdos de projetos sociais e aumento dos salários, que foram de
vereadores, prefeitos até senadores, presidente e do judiciário,
assim a população também promoveu movimentos para reverter essa
situação em várias cidades, obtendo até sucesso em alguns casos,
como em Camaçari-BA.
Ainda
acima de tudo isso, a pequena mídia também pode ser caracterizada
pelas produções audiovisuais independentes. Como disse o geógrafo
Milton Santos: “Hoje em dia com uma pequena aparelhagem eletrônica
também se faz opinião”, ou seja, hoje em dia as pessoas podem,
com simples câmeras adentrar locais e realidades às quais a Grande
Mídia não foi ou não quis ir, logo, é possível que se escancare
ao mundo opiniões e pontos de vista diferentes referentes a muitos
assuntos, por isso a pequena mídia tem desempenhado um papel
totalmente importante no combate à manipulação da opinião da
sociedade.
REFERÊNCIAS:
S
BIBLIOGRAFIA
O
Quarto Poder, Afonso de Albuquerque.
Ideologia
e Mídia, Aluizio Alves Filho
Pequena
Imprensa e Poder, Marcelo
Cheche Galves (UEMA) - Mestre em História pela UNESP/Assis – SP
Ética,
Imprensa e Poder, Djenane de Oliveira Pimentel
História
das Revistas Brasileiras, MOURA, Ranielle Leal (Mestre em
Comunicação)
1David
Bueno, Camile Bueno, Carolayne Gouveia, Raymara Ayalla e Felipe
Nascimento
2Revista
Illustrada – Anno 12 n° 430, 1887
3Oliveira,
D. UFJF 2. sem. 2002
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